ParA saber o que foi o Papo de Classe e toda a agenda realizada clicar aqui.
Pessoal,
Só hoje consegui fechar o relato do Papo de Classe de Novas Linguagens, do dia 03 de setembro.
Mando o texto abaixo. Desculpem se é muito extenso, evitei resumir justamente para evitar perder a essência do que foi discutido.
O relato também está publicado no blog da REDEC: http://www.redecpr.blogspot.com.br/
Um abraço a todos,
Patrizia Bittencourt
- Relato Papo de Classe: “Novas Linguagens e Manifestações Culturais”
- Data: 03/09/2013
- Local: Teatro Londrina, Memorial de Curitiba
- Marcos Cordiolli e Igor Cordeiro abrem os trabalhos contando um pouco sobre como as chamadas novas linguagens, ou as atividades criativas chegaram a serem debatidas internamente na FCC e em seguida lançados os debates com os diferentes setores.
- Marcus explica que antes do MinC tratar essas áreas com a criação da Secretaria de Economia Criativa não havia em Curitiba nenhuma discussão ou política pública nessas áreas. Ele conta que, internamente, a FCC tem avançado nas discussões, há avanços, mas muitos são os desafios.
- A FCC diz estar satisfeita com os resultados da Conferencia Municipal de Cultura, que houve ampliação da participação, mais interesse e que a cidade assumiu que politica pública não se trata apenas de edital e política cultural, há um leque de opções a serem levantadas e vislumbradas de apoio a esses setores e a todas as outras manifestações culturais de grupos diversos na cidade, de maneira transversal.
- Há 3 situações com as quais a FCC quer trabalhar nessas áreas:
1.aprofundar as discussões
2.consolidar articulações de qualidade com a sociedade civil organizada
3. aproximar de grupos e movimentos menos organizados e mais fragmentados como cultura urbana e cultura digital, por exemplo.
- a FCC atualmente, tem discutido de maneira mais sistemática com 4 atividades da economia criativa: arquitetura, moda, gastronomia e design no sentido de formular ações políticas de apoio (nem sempre financeiro ou por meio de edital), abrir espaço para exposições, eventos e feiras, disponibilizar mecanismos pela Cultura de maneira mais ampla e transversal.
- Outras atividades da economia criativa, cultura digital e cultura urbana, iniciativas (poucas, mas significativas) da cultura africana, culturas indígenas, LGBTS, e outros devem ser considerados.
- Igor Cordeiro abre a palavra ao público presente pedindo que as pessoas reflitam sobre esse processo de início de reconhecimento dessas áreas por meio da Cultura olhando sob a perspectiva da lógica urbana e como fazer para que se tenham ações coletivas com diversos atores, pensar em papéis que se relacionam para apontar para o mesmo rumo.
-O primeiro a falar é Marcio Marins, cenógrafo, grupo afro LGBT: diz que não reconhecimento das ações do grupo na agenda da cidade; diz que há um reconhecimento do MinC no que tange à produção cultural e a inclusão, mas não vê ações concretas. Ele diz que há um esquecimento sistemático do que vem das favelas.
-Igor Cordeiro toma a palavra e diz que muito se deve avançar nesse sentido; ele diz que Curitiba, segundo pesquisa, é a 3 cidade mais homofóbica do Brasil, altos índices de violência contra gays e que a atual gestão da FCC tem propósitos claros de promoção de ações com focos definidos que promovam grupos em processos de discriminação.
- Brenda, produtora cultural, diz que a produção de cultura africana não tem politica pública, que a FCC tem dificuldade de entender o que está acontecendo nas bases e de estabelecer diálogo e que normalmente se discute com pessoas que estão mais próximas à FCC e esquecem do que está sendo feito e discutido nos bairros. Ela menciona também que se deveria promover uma imagem positiva na mídia dos negros, GLBT, ciganos, diversidade religiosa. Ela diz que esses grupos tem dificuldade de ocupar os espaços da cidade por questões de racismo.
- Túlio Filho, disigner, presidente da Pró-Design reforça que este é um espaço importante para que as novas linguagens passem a ter algum tipo de reconhecimento. Ele levanta algumas proposições: 1. Que sejam aproveitadas várias diretrizes que já foram levantadas anteriormente em ocasiões de outras conferências e conselhos, espera que sejam colocadas em prática. 2. Que a FCC permita que o Conselho Municipal de Cultura tenha mais voz e representatividade.3. que o calendário que já existe e que não depende da FCC tenha apoio e que possa ganhar a cidade. 4. Reforça o Centro de Criatividade em se tornar um polo de inclusão das novas linguagens.
- Roberto Martins, do Instituto de Moda do Paraná diz que precisamos de “democratização da cultura” contemplando todas as áreas. Reforça a representatividade do Conselho Municipal de Cultura.
- Cordiolli fala sobre o Programa de Apoio à Produção Independente da FCC que está sendo desenvolvido pela Fundação. Em breve mais detalhes. Ele explica também que a FCC, em parceria com SESC e SENAI estão trabalhando para implantação de cursos técnicos pelo PRONATEC relacionados às atividades técnicas das atividades criativas, técnicos de iluminação; moda, etc. Com a Agência de Desenvolvimento de Curitiba, a FCC tem estreitado ações para o desenvolvimento de atividades criativas, além de estar trabalhando com outros atores para implantação de HUBs de audiovisual e teatro, e outros, reformando espaços e contornando dificuldades operacionais nessas áreas no sentido de ampliar oportunidades e conquista de mercado. Ele lembra também que em Curitiba e região metropolitana existe uma grande produção de artesanato para a qual a FCC tem trabalhado para levantar um conjunto de indicadores e critérios de autenticidade e legitimidade. E que esse é um passo difícil pois refere-se sempre a uma zona de tensão. Ele também comenta sobre o apoio da FCC preferencialmente para a música autoral.
- Igor Cordeiro diz que os artistas tem que enfrentar a questão comercial. Ele vê que ganhar dinheiro ainda é um tabu para os artistas. É importante o relacionamento com o mercado e a compreensão dos diferentes processos de criação, produção e distribuição e a forma de fazer esse relacionamento é o que temos que avançar. Esse assunto deve passar por ferramentas de apoio à expansão de mercado para atividades criativas locais e uma nova política tributária, além de articulação com diferentes atores e qualificação profissional e de empreendedorismo.
- Marcus deixa claro que há duas coisas diferentes: 1 ações culturais desenvolvidas pela FCC. 2. Outro tipo de ação que vai ajudar na divulgação, fomento e formação,etc.. de atividades da economia criativa.
- Bernadete, ecodesigner, manifesta-se a favor da aproximação do tema com a sustentabilidade e impactos sociais, ambientais e econômicos. Ela aposta na sustentação da Cultura relativa à produção de vime de uma comunidade de 2400 pessoas na região de Santa Felicidade, onde ela atua.
- Patrizia Bittencourt , gestora da Rede de Economia Criativa do Paraná (REDEC) apoia a realização dos papos de classe e sugere que os encontros sejam permanentes para que propostas identificadas nessas instâncias se aproximem da FCC de maneira mais sistemática servindo de apoio às políticas culturais. Ela também menciona apoio à iniciativa de transformar o CC em pólo de atividades criativas na cidade.
-Marcos Cordiolli encerra a reunião convidando a todos para a Oficina de preparação de projetos para a Copa 2014 a ser realizada na sexta-feira, dia 06/09/2013, as 14h no Teatro Londrina, com Diogo do MinC.
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