terça-feira, 10 de junho de 2014

Impressões e devolutiva sobre a Conferencia Municipal de Cultura Extraordinária de Curitiba do final de semana (29/05-01/06)–Por Loana Campos

Primeiramente gostaria de dizer que realmente acredito que o modelo de Conferência é umas das propostas mais democráticas de se levantar e discutir qualquer assunto principalmente quando se trata de Políticas Públicas, ao mesmo tempo quando estou nesse ambiente percebo o quanto esse modelo já nos vem com amarrações ( desde o modo como se é organizado, como é divulgado, o quanto ele consegue abarcar a sociedade civil, o público que consegue atingir, etc) . Participei da Conferência Extraordinária de Cultura de Curitiba que aconteceu no ultimo fim de semana na cidade de Curitiba e em um balanço geral achei positiva por uma conquista em específico: Foi dedicado um tempo considerável na discussão do próprio regimento interno da Conferência, pontos foram lenvantados e aprofundados, houve uma proposta de alteração referente ao tempo de duração, e depois de muito diálogo foi aprovado que a Conferência não seria encerrada no dia 01/06 como previsto anteriormente, mas sim serão realizados mais 4 encontros logo após a Copa do Mundo e a Conferência será finalizada nos dias 23 e 24 de agosto. Além disso uma comissão da Conferência extraordinária foi formada através de indicação e votação, com a função de organizar e acompanhar esses próximos encontros e também os documentos que devem ser elaborados pelos delegados da Conferência. A possibilidade de um tempo estendido para aprofundar as questões necessárias a serem discutidas e encaminhadas pela Conferência e a própria alteração do Regimento interno para mim é a grande conquista desse encontro.

Em relação as discussões, com certeza foram muito válidas e muitos pontos que são levantados a anos em relação a alteração de lei, ao formato do Conselho Municipal de Cultura de Curitiba, as necessidades de editais e parcerias, enfim... são questões emergentes e que senti uma pitada maior de aprofundamento nesse encontro, e que vamos ter a possibilidade de ir mais longe com essa extensão da Conferência , entretanto a minha sensação é de que a pauta principal girou em torno da questão do Mecenato – insenção fiscal. O ano passado na Conferência Municipal de Cultura foi decidido por votação que o edital Mecenato Subsidiado seria extinguido, eu não pude estar presente mas fui informada na época.  Esse assunto foi levado a Conferência extraordinária desse ano, discussões foram feitas antes desse encontro e muitos dos meus colegas da classe artística vieram com a proposta de não extinguir, mas sim fazer a manutenção desse edital. Foi uma questão bastante discutida e por fim a resolução foi de que o Mecenato subsidiado continua e que será revisto e modificado. Alguns modelos foram colocados para pensarmos como base como o do Uruguai. Eu acho sim interessante o ponto de vista de mudança ao invés de extinção, mas tenho um receio: Por experiências anteriores acho que corremos o risco de andar em círculo, passar por discussões e estudos e a alteração ser mínima. Acho mais eficiente extinguir e propor realmente um novo modelo do que tentar mudar algo que já traz tanto “ranço”, como o Mecenato que temos hoje.

Loana Campos

  • Bacharel em dança pela Faculdade de Artes do Paraná
  • Membro da Comissão do Fórum de Dança de Curitiba
  • Membro Titular do Colegiado Setorial de Dança
  • Produtora Cultural

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